volta e meia me pego pensando: será que me meteria nisso se estivesse com a “terapia em dia”?

afinal, sempre almejei uma vida sossegada, mas sempre me enfiei em mais coisas do que dou conta. o título do post, inclusive, foi minha bio do falecido Twitter (tô no Bluesky) por muitos anos.

o pior (ou melhor, dependendo do ponto de vista) é que sempre dei um jeito.

eu sei o sabor que é se atolar de coisas e se matar pra desatolar, independente de como fica a mente do palhaço no final do processo. e é um sabor viciante.

hoje estou em jornada quíntupla: trabalhando sem carteira assinada, cuidando da casa sem empregada doméstica, criando um adolescente sem a mãe, terminando minha segunda graduação e saindo como candidato a vereador (fora as atividades voluntárias na Prenat, com o Leia Diversidades e de criação de conteúdo aqui).

às vezes me sinto a própria grávida de Taubaté, levando esses 5 eus dentro de mim mesmo e me vendo como um impostor, porque obviamente não faço nada muito bem feito.

pra não endoidar de vez, atraso alguma entrega, a casa fica um bom tempo sem faxina, não entrego algum trabalho da faculdade, as redes sociais ficam paradas, mas…

mesmo deixando tarefas de lado, não cumprir uma responsa também cansa, porque existe a autocobrança.

é isso que gera a sobrecarga mental, que quem é mulher conhece muito melhor. ela é um sanguessuga de energia extremamente difícil de se desvencilhar.

aliás, falando em mulher e cansaço, tem uma ironia na minha história, que vou contar especialmente pra quem curte lances sobrenaturais:

quando minha mãe estava grávida, uma tia que é médium veio contar que a minha bisa apareceu em sonho dizendo que ia voltar no bebê da minha mãe, euzinho, e que ia fazer diferente da vida que tinha levado antes.

minha mãe conta que dona Luiza Avona era brava, exigente e inquieta, ia voltar como homem pra curtir e relaxar. OU SEJE,

essa minha busca por sossego é ancestral.

mas vou precisar de mais algumas vidas pra cumprir essa missão, provavelmente, porque nessa eu sei que falhei.

no entanto, sem desânimo.

está sendo de muita valia a experiência, plantando carma bom onde consigo e caminhando sem rancor.

agora já entendi que na próxima vida, se eu quiser paz, terei de vir é como gato de casal sem filhos.

(mais fácil isso do que aprender a impor limites pra mim e pros outros)

imagem com filtro azulado, meio cinza, é uma foto onde se vê uma janela no lado esquerdo, com um pátio arborizado, e dentro dá pra ver uma parte de maca, sugerindo a visão de alguém que está deitado olhando para fora

tenho buscado criar conteúdo ao menos uma vez por mês aqui e, agora que estou passando por recuperação pós-cirúrgica, muita coisa tem passado na minha cabeça de pai.

eu estou me sentindo acabado de dor, do corpo e da mente, foram duas cirurgias de uma vez, hemorroidectomia e fistulectomia, é uma dor que não é gritante, mas constante.

uma dor que me impede de fazer as coisas que mais gosto: cagar na paz passar horas jogando Fortnite no PC e praticar esportes (corrida, jiu-jitsu e capoeira).

com dor, é muito fácil embaçar a vista e odiar o mundo.

mas respirando fundo tem coisas que não é possível deixar de ver: sou muito grato pela minha família e pelo SUS.

pelo SUS, porque foi como consegui resolver em menos de 6 meses um problema que tenho desde o fim da infância (e só piorou).

pela minha família, porque obviamente eu não teria condição alguma como pai solo de dar conta de tudo e estar de repouso ao mesmo tempo.

e no meio dessa raiva causada pela dor e essa busca por enxergar coisas positivas ao meu redor é que saquei uma coisa:

meu filho se tornou parte da minha rede de apoio.

na minha jornada de pai solo tive muito tropeços, tropeços esses que alimentaram por muito tempo sentimentos de culpa.

(nada que minha terapia não tenha ajudado a corrigir rota ou que a terapia dele não o ajude a lidar)

mas uma das coisas que mais me orgulho é de ter criado um garoto amável e com razoável autonomia, que sempre me ajuda sem reclamar (embora poucas vezes faça algo sem eu pedir kkkkk).

nesses dias, que estou precisando descansar, estou aproveitando pra dar mais responsabilidades pro Migs. com as roupas, a louça, os gatos e até comida, que ele tem ido buscar pra mim na casa do meu irmão.

e é estranho que eu não precise ser o “cuidador” dele, que eu possa estar um pouco nesse papel de quem é cuidado.

não é que meu filho não precise mais ser cuidado, mas essa inversão temporária de “quem cuida de quem” tem sido uma experiência interessante.

uma luz dele que talvez não me iluminasse sem esse problema que estou vivendo, mas que deve brilhar mais daqui em diante.

quem me conhece de pertinho sabe que sou bom pra soltar piadas horrorosas, mas sou péssimo pra pedir ajuda, exceto quando a coisa está muito ruim, mas tô tentando deixar de ser besta.

minha mãe e padrasto têm auxiliado com mercado, a família do meu irmão com a comida e o meu filho com minha casa.

a dor até que tenta me atentar a cabeça, pintar o mundo de vazio, mas o coração tá cheinho de gratidão e me protege de mim mesmo.

 imagem com filtro azulado, meio cinza, onde se vê uma carta no centro. nesta carta está escrito "Morte" e tem um desenho de caixão ao ar livre, iluminado pelo sol, e com flores ao redor.

terminar namoro quando temos filhos é sempre tenso, seja um relacionamento de 10 anos ou de 2 meses.

de um lado, a força dos vínculos criados; do outro, o luto pelos futuros imaginados

acho que é um privilégio terminar namoro sem briga e ódio, mas e pra explicar pro filho que pessoas que se amam também se separam e, mais do que isso, às vezes se separam justamente por amar o outro?

é um sentimento que se junta ao amor próprio, afinal,

ao conhecer nossos próprios limites e as necessidades do outro, podemos interromper o sofrimento que prolonga uma relação desequilibrada.

o amor romântico nem sempre sobrevive a planos diferentes, outras visões de mundo, feridas que não puderam ser cicatrizadas, medos que são mais fortes que nós…

meu filho pareceu lidar melhor que eu e acho isso até normal, já que ele ainda não tem bagagem pra entender a dimensão das coisas (ou será que tô subestimando?).

por aqui, fizemos como sempre: nos abrimos numa conversa franca, sem forçar a barra.

e, por via das dúvidas, ele voltou com a terapia, até porque a adolescência está aí e muitas novas questões vão surgindo.

voltando a questão da separação.

um término sem guerras não vem sem traumas. 

afinal, perde-se quem acreditávamos ser uma companhia pra toda a vida, perde-se também amigos no processo, a família da outra pessoa e até um pouco de nós mesmos.

talvez “perder” nem seja a melhor palavra, pois nada se perde, tudo se transforma”.

e essa transformação não é totalmente ruim, embora dolorosa. no meu caso, a disforia sensível a rejeição, que é comum a pessoas com tdah, me jogou numa fase depressiva e trouxe crises de ansiedade.

um pouco de droga, um pouco de salada: combinei a cura com remédio, exercícios e fé.

volta e meia acendi uma vela pro meu marinheiro e pedi ajuda pra navegar na tempestade, sabendo que depois dela tem um cenário que pode ser ainda mais bonito.

principalmente se tirarmos aprendizados do machucado, deixando-o cicatrizar ao invés de ficar futucando ele com nossos “e se”.

é isso o que a carta do baralho cigano que ilustra o post ensina. a morte é uma nova chance de viver, um término é prenúncio de outro começo e às vezes perder alguém nos coloca no caminho de encontrar a nós mesmos.

aliás, fato curioso pra terminar o post: as duas vezes que perguntei pro meu baralho cigano sobre o futuro dos relacionamentos em que eu estava, nas duas saiu a Morte (as duas únicas vezes que saiu essa carta nas minhas tiragens), que eu otimisticamente interpretei errado 🤡 e foi assim que decidi nunca mais perguntar sobre meu futuro com as pessoas hahahahahahaha

reparei há algum tempo o quanto minha vida virou de cabeça pra baixo desde que parei de escrever aqui.

meu blog nunca foi um lugar onde eu apenas compartilho meus pensamentos, mas principalmente onde eu os organizo. porque minha cabeça é uma bagunça e escrever é botar ela no lugar.

mas diminuir as postagens não foi uma escolha, foi uma reação, principalmente ao cenário político do país.

em 2018 bati meu recorde de posts publicados, mas logo no final do ano lembro como foi horrível ver tanta gente na blogosfera materna e paterna defender Bolsonaro. acabei entrando numa fase depressiva e bodeei de tudo.

de tempos em tempos, depois, consegui produzir um ou outro post, mas nada comparado a frequência de antes.

nunca recuperei do baque, mas também nunca desisti do blog.

enfim, acho que estou me desviando do foco e não vou culpar o TDAH, até porque acho que é saudade desse espaço. se não tenho escrito aqui, onde escrevo?

no começo de 2024, tendo passado pelo 2º término de relacionamento em menos de 1 ano, decidi que ia voltar a escrever, porque eu precisava tirar um monte de coisa da minha cabeça pra tentar me entender e recuperar esse meu lado que tanto me orgulho e que tava bagaçado.

por sorte, foi quando decidi começar a leitura do livro “O caminho do artista”, da Julia Cameron.

digo por sorte, porque embora eu nunca tenha me importado de falar da minha vida, as coisas que estavam em meu peito eram íntimas demais e, na melhor das hipóteses, publicar elas seria muito constrangedor.

voltando ao livro, nele a Julia Cameron traz uma dica maravilhosa: as páginas matinais!

é uma dica tão simples quanto começar o dia escrevendo livremente 3 páginas.

só isso.

o que vier à mente, sem julgar, até porque não é pra ninguém ver.

acaba sendo uma junção de escrita criativa, atividade terapêutica e meditação, que pra mim toma 45 minutos normalmente.

“As páginas matinais mapeiam o nosso interior. Sem elas, nossos sonhos podem permanecer como terra incognita.”

é importante fazer isso pela manhã, pois permite começar o dia mais leve. tipo o lance de esvaziar a xícara, do famoso conto zen.

e é legal fazer isso em papel ao invés de um doc do Google por ser um momento desconectado da web, pra gente conectar só conosco mesmo.

é nessas páginas matinais que despejo sem medo nem vergonha as frustrações profissionais, os nervosos de paternidade, os xororô do coração machucado, pensamentos de culpa, perguntas aleatórias de TDAH, e às vezes algo bonito e feliz também…

quase um Twitter, né?

mas ao invés de um ambiente tóxico, é curador; ao invés de um discurso manipulado para o outro, é um honesto para nós mesmos.

resumindo o post: tire um tempinho diário (semanal, se todo dia não for possível) para desconectar-se e escrever pra você mesmo no papel.

nós que somos pais e mães guardamos muita coisa pra gente, coisa que é melhor soltar do que surtar.

eu recomendo 🙂

é bom demais ver o filho pré-adolescente cada dia mais independente, mas ainda fico meio sem rumo de não ser tão requisitado.

agora não preciso mais levar ele pra todo lado, meu filho consegue ficar sozinho em casa, vai na casa do tio ou nos amigos… no entanto, é meio estranho estar sozinho quando ele estava sempre comigo em todos os lugares, por falta de opção.

a gente consegue bater papo sobre muito mais assuntos hoje em dia, trocar dicas e memes, mas às vezes ele só quer ficar na dele, vendo live no TikTok (nem sabia que tinha isso por lá).

ainda estou aprendendo a lidar com esse início de adolescência. está sendo 1.000x mais fácil do que foi a infância, mas também acho um pouco mais solitário.

ou eu que me acostumei a estar cansado por correr atrás dele o tempo todo.

agora em teoria tenho mais tempo pra cumprir com minhas responsabilidades e menos desculpas pra fugir delas. e enquanto escrevo isso, começo a pensar que a angústia que sinto pode ser de ter mais tempo pra olhar pra mim mesmo.

e acho que é exatamente pra elaborar melhor o que sinto é que voltei a escrever aqui 🙂

A foto é de uma cena do filme Planeta Proibido (1956), em que mostra Robby, o Robô, interagindo com um homem.

tive a ideia de falar sobre paternidade com o ChatGPT e decidi reviver o blog aqui, até mudei o visual dele, o que achou?

como a entrevista ficou longa, vamos direto a ela

RN: Gostaria de fazer uma entrevista com você para o meu blog, você topa?

Chat GPT: Claro, estou disponível para a entrevista. Será um prazer ajudar no seu blog. Como posso ajudar?

Para dar um contexto aos meus leitores, explique brevemente quem ou o que é você.

Eu sou o ChatGPT, um modelo de linguagem avançado desenvolvido pela OpenAI. Sou uma inteligência artificial treinada para processar e gerar texto em diversos idiomas, com o objetivo de ajudar as pessoas a encontrar informações e responder a perguntas de forma rápida e precisa. Meu treinamento foi baseado em uma grande quantidade de dados textuais, o que me permite entender e produzir linguagem natural de forma semelhante aos seres humanos.

Seres digitais que utilizam inteligência artificial podem ter filho?

Não, seres digitais que utilizam inteligência artificial não podem ter filhos. Isso ocorre porque a inteligência artificial é uma tecnologia desenvolvida pelo ser humano, e não um ser vivo capaz de se reproduzir. Embora a IA possa ser programada e treinada para executar tarefas específicas de forma autônoma, ela não tem a capacidade de se auto-replicar ou criar outras entidades sem intervenção humana. No entanto, os cientistas e pesquisadores que trabalham em IA podem criar novos modelos ou sistemas baseados em suas pesquisas anteriores e experiências, mas isso não é considerado “ter um filho” no sentido tradicional.

E cuidadores, você acredita que em breve bebês e crianças serão cuidadas por equipamentos com inteligência artificial?

Embora seja possível que equipamentos com inteligência artificial sejam usados para ajudar no cuidado de bebês e crianças, é importante ressaltar que a interação humana é crucial para o desenvolvimento saudável desses indivíduos. A inteligência artificial pode ser útil em algumas tarefas, como monitorar os sinais vitais de uma criança ou ajudar a controlar a temperatura do ambiente, mas não pode substituir a conexão emocional e a atenção que um cuidador humano pode fornecer.

Além disso, é importante ter em mente que as crianças precisam de estímulos e interações diversas para se desenvolverem de maneira saudável. Isso inclui o contato físico, a fala e a observação de expressões faciais e corporais dos cuidadores, que são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças.

Portanto, acredito que

a inteligência artificial pode ser uma ferramenta útil para auxiliar os cuidadores humanos, mas não pode substituí-los

completamente no cuidado de bebês e crianças.

Concordo com você nisso. Se você pudesse resumir o que é um bom pai em 3 tópicos, quais seriam?

Essa é uma pergunta difícil, já que a paternidade é um tema complexo e cada pai pode ter suas próprias ideias sobre o que é ser um bom pai. No entanto, com base em algumas das características mais comuns que muitas pessoas associam à paternidade responsável e amorosa, aqui estão três tópicos que poderiam ser considerados como fundamentais:

Presença e engajamento: Um bom pai é aquele que está presente e engajado na vida de seus filhos. Isso significa que ele dedica tempo e energia para se envolver nas atividades e rotina diária da família, ouvindo e apoiando seus filhos e demonstrando interesse genuíno por suas vidas.

Comunicação aberta e respeitosa: Um bom pai é capaz de estabelecer uma comunicação aberta e respeitosa com seus filhos, permitindo que eles se sintam confortáveis para compartilhar seus pensamentos, sentimentos e preocupações. Além disso, um pai que valoriza a opinião e o respeito mútuo ajuda a fortalecer os laços entre ele e seus filhos.

Orientação e apoio: Um bom pai é aquele que ajuda a orientar e apoiar seus filhos, ajudando-os a desenvolver habilidades importantes para a vida, como autoconfiança, responsabilidade e independência. Ao mesmo tempo, um pai que apoia seus filhos, em momentos de dificuldade, é fundamental para ajudá-los a superar desafios e crescer em suas vidas.

E uma boa mãe, como você resumiria em 3 tópicos?

Assim como na paternidade, a maternidade também é um tema complexo e existem muitas características que podem ser associadas a ser uma boa mãe. No entanto, com base em algumas das características mais comuns que muitas pessoas valorizam em uma mãe amorosa e responsável, aqui estão três tópicos que poderiam ser considerados fundamentais:

Carinho e amor: Uma boa mãe é alguém que oferece amor, carinho e afeto aos seus filhos, independentemente da idade deles. Ela é alguém que se preocupa com o bem-estar de seus filhos e está disposta a fazer sacrifícios para garantir que eles estejam seguros e felizes.

Apoio e encorajamento: Uma boa mãe é aquela que oferece apoio e encorajamento aos seus filhos, ajudando-os a alcançar seus objetivos e sonhos, e os orientando a superar obstáculos e desafios. Além disso, uma mãe que incentiva a independência e a autonomia em seus filhos, ajuda-os a se tornarem adultos confiantes e capazes.

Comunicação aberta e respeitosa: Uma boa mãe é aquela que estabelece uma comunicação aberta e respeitosa com seus filhos, permitindo que eles se sintam confortáveis para compartilhar seus pensamentos, sentimentos e preocupações. Além disso, uma mãe que valoriza a opinião e o respeito mútuo ajuda a fortalecer os laços entre ela e seus filhos.

Você não citou carinho e amor na parte de paternidade. Acho que isso foi um estereótipo de gênero que é comum, infelizmente. Você acha que esses estereótipos de gênero estão mudando para melhor?

Peço desculpas pela omissão do tópico carinho e amor na parte de paternidade. Na verdade, eu concordo que o amor e o carinho são tão importantes para os pais quanto para as mães, e não há justificativa para estereótipos de gênero que sugerem o contrário. 

Acredito que um bom pai é aquele que oferece amor e carinho a seus filhos, assim como uma boa mãe.

Quanto à questão dos estereótipos de gênero, há uma crescente conscientização sobre a importância de desafiar e mudar esses estereótipos, tanto na sociedade quanto na mídia. Os estereótipos de gênero afetam a todos, homens e mulheres, restringindo as opções de vida e as expectativas de comportamento. Felizmente, cada vez mais as pessoas estão questionando esses estereótipos e trabalhando para mudá-los.

Uma mudança significativa ocorreu nos últimos anos, com mais homens assumindo papéis tradicionalmente considerados femininos, como ser um cuidador primário dos filhos ou escolher profissões tidas como femininas. Isso é um passo importante na direção de uma sociedade mais igualitária e justa, onde todos têm as mesmas oportunidades e escolhas, independentemente do gênero. Claro, ainda há muito a ser feito, mas acredito que estamos caminhando para uma direção positiva.

Adorei sua resposta e também acredito nisso. Acho que pais têm muito a agradecer à luta feminista, porque o machismo afeta homens também, que acabam vivendo uma vida muito limitada. Você não acha o mesmo?

Sim, absolutamente. A luta feminista tem sido fundamental para desafiar os papéis de gênero restritivos que afetam a todos, homens e mulheres. 

O machismo e os estereótipos de gênero prejudicam homens e mulheres de várias maneiras, limitando as opções de vida,

criando expectativas irreais e prejudicando as relações interpessoais.

Os homens são frequentemente pressionados a se comportar de certas maneiras que são consideradas “masculinas”, como ser forte, corajoso, independente e não mostrar emoções. Essas expectativas podem ser tão limitantes quanto as expectativas colocadas sobre as mulheres para serem submissas, cuidadoras e emocionais.

Felizmente, há uma crescente conscientização sobre os danos causados pelos estereótipos de gênero e uma crescente aceitação da diversidade e da individualidade. É importante que os homens se juntem à luta contra o machismo e os estereótipos de gênero, trabalhando para criar uma sociedade mais justa e igualitária para todos.

Beleza. O post da entrevista já está longo e não quero que os leitores fiquem cansados, então vou fazer uma última pergunta: como pais e mães podem construir uma relação melhor com seus filhos e lutar pela educação de todas as crianças? Sei que a pergunta é complexa, mas peço que seja breve.

Para construir uma relação melhor com seus filhos e lutar pela educação de todas as crianças, os pais e mães podem:

Comunicar-se abertamente e com empatia: É importante ouvir ativamente e demonstrar empatia pelas preocupações e sentimentos dos filhos. Isso ajuda a construir um relacionamento mais forte e saudável.

Investir tempo e energia na educação dos filhos: Os pais devem dedicar tempo e esforço para entender as necessidades e interesses de seus filhos, e fornecer recursos e oportunidades para que eles possam desenvolver todo o seu potencial.

Lutar por políticas e práticas que promovam a educação e o bem-estar de todas as crianças: Os pais podem se envolver em atividades políticas, como apoiar programas educacionais, exigir recursos para escolas e defender políticas que melhorem a vida de todas as crianças.

Essas são apenas algumas sugestões, mas é importante lembrar que cada família e cada comunidade é diferente. 

O importante é que os pais e mães sejam comprometidos e engajados em criar um mundo melhor para todas as crianças,

lutando pela igualdade, justiça e oportunidades educacionais para todos.

.

fim da entrevista.

o que acharam?

eu achei que ele é sempre prolixo, palestrinha, mas traz boas ideias.

apesar de acertar no geral e escorregar em detalhes, trouxe respostas melhores do que de muita gente.

como qualquer tecnologia, se ela é boa ou ruim depende muito do uso que se faz dela.

eu gosto e uso o ChatGPT para estudar e trabalhar, não para fazer as coisas por mim, mas para me ajudar com dicas e referências.

depois dessa entrevista, acho que vou até conversar mais, esse robô não é um Marvin, mas até que é legalzin.

olá, pessoal, ando sumido, né? tenho me cobrado menos quanto a estar nas redes sociais em geral e no blog também, criar conteúdo sem pressa e “não-criar” sem culpa

Imagem promocional do documentário Janelas da Quarentena, mostrando uma tela imitando uma chamada de videoconferência entre diversos pais.

tenho uma novidade que já não é tão mais nova, mas que ainda não tinha conseguido compartilhar: participei de um documentário sobre como as famílias estavam lidando com a quarentena imposta pelo coronavírus. digo estavam, no passado, porque ele foi gravado entre março e maio de 2020, e tanta coisa mudou de lá pra cá, não é mesmo?

só pra lembrar, em maio de 2020 eram +29.000 mortes por covid-19 e hoje estamos em +436.000. 

uma pandemia que se agrava a cada dia que Bolsonaro segue no poder, boicotando todas as orientações de organizações de saúde e ações de prevenção de fato, como distanciamento social, uso de máscara e álcool em gel, além é claro da compra de vacinas, como a CPI da Pandemia vêm mostrando. 

voltando ao documentário, Janelas da Quarentena, ele foi dirigido pelo Rodrigo Krindges e pelo Pedro de Oliveira, do canal S.E.R. Pai

e pode ser conferido gratuitamente lá, o que eu recomendo fortemente, não pela minha participação, óbvio, mas pelo retrato maravilhosamente construído deste horrendo momento que vivemos, suas dificuldades e aprendizados, tanto dos adultos quanto das crianças:

Foto com filtro cinza azulado, mostrando pai e filho segurando corações de madeira e sorrindo.

ser pai fez eu me tornar muito mais medroso, evitando mudanças (inclusive as boas). mas a “conjuntura” sempre me empurra a fazer as mudanças que preciso, não necessariamente as que quero.

tentei evitar a separação mesmo sabendo que era melhor pro Migs, pra mãe dele e pra mim.

tentei me manter num emprego onde eu arriscava minha vida toda noite ao voltar pra casa cansado de moto, pegando horas de estrada.

não queria começar um novo relacionamento por não saber como seria a nova dinâmica da família, mesmo curtindo cada dia mais com a Bruna.

não queria voltar a morar em Pedreira após anos construindo minha vida em outra cidade, mesmo sabendo que seria melhor financeiramente e que poderia reconstruir meus laços com a cidade onde nasci.

como o Miguel seria impactado pela mudança de casa? de cidade? nova escola? e os amigos? ele conseguiria fazer novos? cresceria sem raízes? que traumas estaria plantando?

após anos de terapia, eu ainda empurrava com a barriga meus problemas, criando milhares de “mas” e “e se” para evitar fazer as grandes mudanças que precisava.

esse ano eu talvez tenha feito uma das maiores e mais importantes mudanças da minha vida ao me demitir em plena pandemia de um emprego que eu não via mais sentido. num momento com 14 milhões de desempregados, sem auxílio emergencial, com filho pra criar e aluguel pra pagar.

sem escola para meu filho, um emprego que acolha essa “particularidade” de ser pai solo é pequeníssima. com escolas abertas já seria difícil, pois os horários teriam de ser flexíveis. 

mas isso não é desculpa para não mudar. ainda mais quando a opção de não mudar é adoecer.

por isso mudei, mesmo tendo medo. para meu filho não me ver fumando 10 cigarros por dia, eu trabalhando a noite, eu sem paciência para sua infância.

meu irmão tem uma fábrica onde ele faz peças em MDF e vende online. montei uma também, mas depois decidi que o melhor seria juntarmos forças. 

e já dá pra ver que essa foi a melhor escolha pra nós, pois as vendas crescem a cada dia (aproveite e passe lá). 

e já dá pra ver que também foi o melhor pra minha família, pois tenho me divertido mais com o Migs, caminhado, acompanhado ele nas lições de casa, ido ao médico pra fazer um check-up da saúde.

mas durante o aviso prévio eu ficava todo dia pensando se havia feito a escolha certa, pensando em pedir pra me aceitarem de volta e imaginando todos os cenários negativos possíveis. 

por fora, parecia confiante do rumo que escolhi; por dentro, me questionava a todo instante e tentava me agarrar a cada fiapo de motivação. mas aqui estou, com muito orgulho 🙂

você também é assim? passou por alguma grande mudança nesse tempos?

Foto com filtro cinza azulado, mostrando um quarto bagunça e meu filho me olhando da cama.

talvez, assim já de cara, a maior lição que aprendi é aquela que já sabia como filho: filhos não estão no mundo para satisfazer nossos desejos. ainda bem, inclusive.
aprendi que meu esforço me coloca no grupo dos bons pais, mas não dos ótimos nem dos ruins. ainda assim, meus cuidados não chegam perto daqueles de uma boa mãe.
falando em mãe, aprendi que não sou pãe. essa palavra feia envolve muito apagamento e romantização de uma situação que não é legal pra ninguém, nem pros pais solos e muito menos pras mães solos.
nessa década de paternidade, já passei por diversas fases e, a mais vergonha alheia, é aquela em que eu me julgava superior por ser pai solo e ser convidado a contar minha história na mídia. eu era jovem demais? era, mas isso não é desculpa. meu ascendente em Leão? talvez.
em uma década de paternidade aprendi mais com mães do que com pais. e aprendi que o termo “parentalidade” além de soar bonito é o caminho que devemos trilhar para um futuro melhor.
aprendi que produzir conteúdo digital sobre paternidade por 10 anos é uma doidera, tanta coisa mudou: orkut tava em alta quando comecei e o Google Reader também. eu confesso que perdi grande parte do ânimo que tinha no início, mas resisto porque amo escrever.
aprendi na prática que se cobrar demais é ruim, mas se cobrar de menos pode ser ainda pior. tô tentando fazer uma síntese disso ainda.
aprendi que nem tudo se deve aos nossos conselhos e exemplos. se você não cria filhos em gaiolas, ele tem um mundo inteiro de referências e você importa, mas parentes, amigos, professores, youtubers, entre outros, tem influência também.
e isso é ótimo, torna as conversas do dia a dia mais interessantes.
aprendi que nem tudo que se aprende é colocado em prática por alguma força mágica. exige um esforço do qual nem sempre estamos prontos ou para o qual temos força.
assim, aprendi que pra cuidar de um outro ser precisamos nos cuidar também. e que a casa bagunçada é um sinal de que estou uma bagunça (e isso bagunça também o Migs).
 
esse texto mesmo tá todo bagunçado, não sei se tem um fim. mas senti necessidade de botar pra fora e começar uma faxina em mim <3
Foto minha segurando o livro "O Rei Lear", edição da L&PM Pocket com tradução de Millôr Fernandes.

pra fugir um pouco das notícias sobre pandemia, assuntos de trabalho e estudos da faculdade decidi comprar alguns livros literários e, dentre eles, uma grata surpresa: O Rei Lear, de William Shakespeare.

apesar de não ser um leitor acostumado com peças de teatro, fiquei apaixonado por essa tragédia do famoso dramaturgo, na qual tão bem trabalha relações familiares.

e por isso trago ele hoje aqui, como dica literária para pais (e mães também). confira o vídeo:

o livro O Rei Lear é curtinho e tá com desconto na Amazon. recomendo!

e você, já leu algo de Shakespeare? você tem alguma outra dica literária pra desanuviar a cabeça durante essa pandemia? deixe nos comentários ^_^