Imagem com fundo vermelho e a capa do e-book "Um conto de Natal" no centro. Há uma sombra branca estilizada atrás do livro.

No último Leia Diversidades de 2019 vamos celebrar o espírito natalino, enquanto ele ainda não é privatizado!

“Um Conto de Natal” é uma história curta cyberpunk de China Miéville, escritor e professor com PhD. em marxismo e direito, onde acompanhamos um pai que é sorteado pela NatividadeCo. para celebrar o Natal® com sua filha. Sim, num futuro não muito distante a popular festa religiosa virou uma marca registrada e propriedade de empresas que fiscalizam e cobram taxas para quem quiser celebrar a data.

Como nas edições anteriores, o debate sobre a obra será na praça em frente a escola do Coronel, no centro da cidade, dia 22 de dezembro, com direito a enfeites de Natal, venham enquanto é público, hô, hô, hô…

O conto está disponível no Kindle Unlimited: https://amzn.to/3XrH8ge

Atualização pós evento:

Imagem com fundo vermelho e a capa do livro "Deuses de Dois Mundos: O livro do silêncio" no centro. Há uma sombra branca estilizada atrás do livro.

A edição de novembro do Leia Diversidades será sobre “O Livro do Silêncio”, obra que inaugura a trilogia “Deuses de Dois Mundos” criada pelo carioca PJ Pereira.

A história narra a aventura de um jovem jornalista em São Paulo nos dias atuais que se vê de repente entre Aiê e Orum, a terra dos homens e o mundos dos orixás. Participe de nosso encontro e venha trocar ideias sobre esta obra e seu autor, o cenário de literatura fantástica nacional, o debate sobre apropriação cultural, a importância da cultura africana e a marginalização que as religiões afro sofreram e ainda sofrem em nossa sociedade.

O bate-papo será dia 1º de dezembro na Praça Ângelo Ferrari, em frente a escola do Coronel, no centro da cidade, para ocuparmos os espaços públicos e facilitar a vida de pais e mães, já que ali tem parquinho para as crianças.

O livro está disponível na Amazon e, se você é de Pedreira, nós do Coletivo Rosa Branca doamos um exemplar dele para a biblioteca municipal.

Aproveitando, fica o convite para as pessoas interessadas em cultura negra: participem da 1ª Marcha Zumbi em Pedreira. Vidas Negras Importam!

A história de Pedreira tem sido contada como se o Coronel João Pedro de Godoy Moreira fosse um empreendedor visionário, mas será que foi isso mesmo? Para celebrar os 123 da emancipação do município, conheça mais sobre a família do Coronel e o passado que não deve ser apagado.

LINK DO EPISÓDIO

Genealogia Paulistana

Imagem com fundo vermelho e a capa do livro "Quarto de Despejo" no centro. Há uma sombra branca estilizada atrás do livro.

Pronto para mais um Leia Diversidades imperdível?

“Quarto de Despejo: diário de uma favelada” traz o relato de Carolina Maria de Jesus sobre seu cotidiano na favela do Canindé, comunidade na zona norte de São Paulo que, na época, abrigava mais de 50.000 moradores. Carolina era catadora de lixo, cuidava de 3 filhos sozinha e não chegou a completar o primário, mas isso não a impediu de escrever sobre a crueza da sua vida sob um olhar sensível que ganhou o mundo desde sua primeira publicação.

A nova edição do nosso clube de leitura será na praça em frente a escola do Coronel, como no evento anterior, ocupando espaços públicos e facilitando a vida de pais e mães já que há o parquinho ali.

O livro está a venda na Amazon.

Atualização pós-evento

Doar milhões para campanhas políticas é caridade ou investimento? O que o Ricardo Salles, atual Ministro do Meio Ambiente, tem a ver com a Barragem de Pedreira? Ouça o episódio desta semana e descubra!

LINKS DO EPISÓDIO

Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais
O Endireita Brasil é apenas um movimento anti-Lula?
Exclusivo: secretaria chefiada por Ricardo Salles coagiu funcionários
Advogado pró-armas e anti-MST é cotado para o Meio Ambiente

Imagem com fundo vermelho e a capa do livro "A Metamorfose" no centro. Há uma sombra branca estilizada atrás do livro.

No mês em que se trabalha a prevenção ao suicídio, Setembro Amarelo, o Leia Diversidades do Coletivo Rosa Branca vai discutir uma das principais obras da literatura mundial: A Metamorfose, de Franz Kafka, e as questões existenciais que o livro traz ao nos apresentar Gregor Samsa, um caixeiro viajante que acorda certa manhã transformado num inseto asqueroso.

Essa nova edição do clube de leitura ocorrerá na praça em frente a escola do Coronel, onde já ocorre nossas edições do Café na Praça. Se quiser, traga sua canga, toalha ou almofada 🙂

Você pode fazer o download do livro pelo site Domínio Público.

Caso queira o livro impresso, neste ano, a Amazon lançou uma edição exclusiva da obra, com ilustrações do Lourenço Mutarelli.

Atualização pós-evento:

sempre que falo que sou pai solo as pessoas acham que sou extraordinário. mas eu não sou um pai perfeito. longe disso, aliás.

talvez acima da média, mas só porque nossa régua de pais é bem baixa. uma mãe considerada ruim geralmente está no mesmo nível (ou acima) de um pai bom.

Foto de pai e filho lendo, no meio de bagunça.

eu, por exemplo, não sei cozinhar, não sei faxinar, costumo ser desorganizado (embora nisso esteja melhorando bastante). mas o tempo que morei sozinho em Campinas com o Migs foi quando mais aprendi, pois tive que me virar.

mas não aprendi a cozinhar, aprendi a buscar ajuda: o tempo que eu trabalhava, meu filho estava na escola com café da manhã e almoço ou no serviço social que atendia o bairro, com lanche da tarde e jantar.

se batesse a fome a noite a gente se virava.

mantínhamos em casa 2 pratos, 4 jogos de talheres, 4 copos e poucas panelas e tigelas, pois isso evitava acumular louça.

lavar roupa é fácil, só jogar na máquina separando as brancas, das coloridas e das pretas e colocar sabão e amaciante na medida.

passar roupa era outra história, chatíssima e cansativa. fiz no primeiro mês e depois fazia um daqueles “lifehacks“: ao acabar de lavar, já batia elas e estendia no varal com cabide.

não ficava perfeito, mas aceitável. mais ou menos como me enxergo como pai.

já me cobrei menos, já me cobrei mais. hoje faço o que posso, tentando reduzir os defeitos e melhorar as qualidades.

uma dessas qualidades é a honestidade, o que tem feito eu mudar como escrevo aqui. não porque antes era desonesto, mas sinto que acabava passando uma imagem com a qual não me identificava tanto.

no fim do ano passado voltei a morar com minha família por questões financeiras. tendo crescido com um pai tradicional, provedor (que morreu novo de infarto, muito por conta de tanto trabalhar), isso me abalou bastante e entrei numa fase depressiva da qual venho saindo.

e só tenho me fortalecido em diálogos abertos. principalmente fora das redes sociais públicas, onde tantos se mostram perfeitos enquanto outros observam armados, esperando deslizes.

o ambiente virtual tem se tornado tóxico. e acho que a cura só vai vir quando, contraditoriamente, nos armarmos com nossas vulnerabilidades.

aproveitando o tema de vulnerabilidade e papo aberto, nesse Dia dos Pais participei de duas iniciativas que me orgulho demais e recomendo uma passadinha:

  1. para a TNT Energy Drink, um papo acolhedor sobre vivências, alegrias e desafios com outros pais solos, alguns por separação e outros por fatalidade. assista aqui.
  2. para o portal d/propósito, em que gravei um podcast com o Leandro Ziotto, sobre a importância de desconstruir estereótipos paternos e a paternidade como ato afetivo, social e político. ouça aqui.

desejo a todos os pais que me acompanham um ótimo Dia dos Pais e que se desafiem cada vez mais a serem pessoas melhores, pelos seus filhos e pelos filhos de todos porque ninguém é uma ilha.

Imagem com fundo vermelho e a capa do livro "E se eu fosse pura" no centro. Há uma sombra branca estilizada atrás do livro.

Em julho, nós do Coletivo Rosa Branca realizamos internamente um encontro literário para discutir o livro “Sejamos Todos Feministas”, da Chimamanda Ngozi Adichie.

O evento deu tão certo que vamos transformar ele num projeto contínuo e aberto chamado Leia Diversidades!

Por isso, marque na agenda: dia 25 de agosto iremos nos encontrar para bater um papo super delicinha sobre o livro autobiográfico da Amara Moira, “E se eu fosse pura”, onde ela narra sua transição de gênero e suas vivências como prostituta em Campinas.

Amara Moira tem graduação, mestrado e doutorado pela UNICAMP na área de literatura, tendo sido inclusive a primeira mulher trans a se doutorar usando o nome social na instituição.

Bora participar?

esse não é um post querendo romantizar a paternidade/maternidade, porque cuidar de uma criança é f*** pra c******.

mas apesar de todas as dificuldades (e, bem provável, graças a elas), ser pai foi e é algo edificante pra mim. sem meu filho, acho que dificilmente eu deixaria de ser moleque, de ser filho. aquele filho homem branco classe média que é insuportável de se conviver.

meu filho me estrutura.

toda vez que acho bagunça dele e reclamo acabo olhando pra mim mesmo e me defrontando com minhas bagunças. quando o vejo roendo unha e tiro o dedo dele da boca, poucos minutos depois sou eu que estou roendo as minhas. ou quando brigo por encontrar embalagem de doce jogada e percebo que perco as contas de quantas vezes assaltei a cozinha no meio da noite…

não dá pra educar uma criança sem se educar.

Foto de pai e filho, deitados abraçados.

paternidade ativa é mais do que participar do cotidiano e dar comida e preparar pra escola e estudar junto e botar pra dormir e cuidar da casa e trabalhar e não deixar a peteca cair.

paternidade ativa, que deveria ser apenas paternidade, é antes de olhar pro filho dar uma olhadinha em si mesmo, crítico, construtivo. é, parodiando Gandhi (ou Clarice Lispector), ser a mudança que você quer ver em seu filho.

sem se culpar demais (o que estou aprendendo) e sem pegar leve demais (o que estou aprendendo também).

sempre que sinto estar vivendo um caos e o Migs ainda mais agitado parece aumentar a pressão, é hora de desligar o fogo pra panela não explodir. é quando percebo que estou improvisando demais e que preciso buscar uma organização minha pra depois organizar a rotina dele.

sem meu filho, talvez passasse a vida improvisando tudo já que as consequências seriam bem menores. ele me estrutura quando imita meus maus hábitos. ele me alerta que tá na hora de mudar de rumo e juntos avançamos nossas jornadas.

numa trilha tão imperfeita quanto a vida, a companhia dele dá um novo sentido pra tudo.

desde que voltei a morar em Pedreira, tenho perdido um pouco o foco das coisas. o blog quase não tem novos posts, o canal quase não tem novos vídeos, em casa quase não fazia as tarefas domésticas… bateu uma deprê.

não acho que saí totalmente dela, mas graças ao meu filho luto com mais forças, buscando ajuda e me esforçando pra não ver ele me copiando.

engraçado e lindo: mesmo tendo nascido de um improviso, meu filho é minha base mais sólida.

uma das coisas que mais me deixou feliz ao voltar pra Pedreira/SP foi encontrar um grupo que se mobiliza politicamente para melhorar a cidade.

com a tragédia criminosa ocorrida em Brumadinho, a população daqui ficou mexida com a construção de uma barragem de água pelo Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de SP. embora barragem de água tenha menos riscos que a de rejeitos, essa que está sendo construída conseguiria armazenar 31.000.000.000 litros de água a apenas 2 km da cidade, o que a coloca como de alto risco potencial para a vida humana (além de outros impactos ambientais e econômicos negativos).

Foto da passeata contra a barragem de Pedreira, que eu participei com meu filho.

o projeto é antigo e o canteiro de obras já está instalado, mas com a mobilização popular e pressão política, os vereadores entraram com pedido de embargo e o prefeito embargou (temporariamente) a obra.

eu e meu filho participamos da passeata contra a barragem, confira como foi e porque participamos:

como pai, é muito mais difícil de participar de reuniões, debates, protestos e passeatas, mas acho que também por termos filhos, agir como cidadãos é ainda mais importante, porque somos vistos como exemplos por eles.

Foto no protesto pelo #EleNão que participei com família e amigos gays.no tempo que morei em Campinas, eu me filiei ao PSOL por ser o partido com o qual mais me identifico e que defende bandeiras que eu também defendo. e uma coisa que sempre curti é que nas principais reuniões do partido sempre tinha recreacionistas para cuidar e brincar com as crianças, permitindo aos pais e mães estarem nas atividades.

mas mesmo quando não tinha eu ia com meu filho, porque obviamente queria participar e também porque acredito que seja muito importante para o desenvolvimento dele conhecer maneiras de reivindicar aquilo que desejamos mudar na sociedade.

e esse tipo de noção é algo que pode ser alimentado também por meio da literatura infantil. já dei aqui a dica do livro Passarinhos e Gaviões, escrito pelo Chico Alencar, e hoje aproveito para dar uma nova dica, que é a obra Rã de Três Olhos, da Olga de Dios:

na obra a gente conhece uma rãzinha que vive num rio poluído. conforme ela vai crescendo, ela começa a descobrir porque a situação do rio chegou àquele ponto e tenta mudar, mas percebe que sozinha ela não consegue. daí ela vai aprender a importância de se mobilizar em grupo. é um livro que esbanja amor e cidadania <3

se quiser comprar, na Amazon tá com 20% de desconto.

como alguém que cria conteúdo pra internet desde 2000 e bolinha, é óbvio que acredito que é relevante compartilhar nas redes sociais notícias e análises que envolvem causas nas quais acreditamos, mas cada vez mais tenho percebido como o cara a cara é potente e transformador, pois permite um diálogo maior de pensamentos e afetos entre as partes.

e você, já teve a oportunidade de participar de uma manifestação com seu filho? ou algum projeto de voluntariado na cidade? se sim, como foi? se não, por quê?

vamos trocar figurinhas ^_^