Imagem com fundo vermelho e a capa do livro "Ponciá Vicêncio", de Conceição Evaristo, no centro. Há uma sombra branca estilizada atrás do livro.

O Leia Diversidades de novembro terá como tema o livro Ponciá Vicêncio, escrito por Conceição Evaristo, uma das mais importantes vozes da literatura afro-brasileira.

A obra narra a jornada de uma mulher negra em busca de identidade e liberdade, abordando temas como ancestralidade e opressão.

Quem é Conceição Evaristo?

Conceição Evaristo nasceu em 29 de novembro de 1946, em uma favela de Belo Horizonte/MG. Trabalhou como empregada doméstica desde criança, mas estimulada pela sua mãe, nunca deixou de estudar. Formou-se em Letras e, mais tarde, concluiu seu mestrado em Literatura Brasileira e doutorado em Literatura Comparada.

A literatura de Conceição é marcada por sua experiência pessoal e pela luta contra o racismo e a desigualdade. Sua obra se destaca por retratar a vida de mulheres negras e a importância da ancestralidade e resistência no contexto brasileiro.

Sobre o livro Ponciá Vicêncio

Ponciá Vicêncio, publicado em 2003, é o primeira obra solo de Conceição Evaristo. Esse livro marca um momento especial em sua carreira literária, após ela já ter publicado poemas e contos em antologias como os Cadernos Negros na década de 1990.

O romance explora as cicatrizes da escravidão e seus reflexos nas gerações posteriores. Com uma narrativa sensível e poética, Evaristo convida o leitor a refletir sobre a dor da opressão e a força da ancestralidade.

Detalhes do encontro

O evento acontece dia 24 de novembro (domingo), às 15h, na Praça Ângelo Ferrari, um ponto de encontro em Pedreira/SP com acessibilidade e parquinho para crianças.

Participe e aproveite essa oportunidade de mergulhar em reflexões literárias e sociais em um espaço público com um grupo diverso e acolhedor.

Onde adquirir o livro?

Compre o livro Ponciá Vicêncio com desconto na Amazon: https://amzn.to/3Nartgk

volta e meia me pego pensando: será que me meteria nisso se estivesse com a “terapia em dia”?

afinal, sempre almejei uma vida sossegada, mas sempre me enfiei em mais coisas do que dou conta. o título do post, inclusive, foi minha bio do falecido Twitter (tô no Bluesky) por muitos anos.

o pior (ou melhor, dependendo do ponto de vista) é que sempre dei um jeito.

eu sei o sabor que é se atolar de coisas e se matar pra desatolar, independente de como fica a mente do palhaço no final do processo. e é um sabor viciante.

hoje estou em jornada quíntupla: trabalhando sem carteira assinada, cuidando da casa sem empregada doméstica, criando um adolescente sem a mãe, terminando minha segunda graduação e saindo como candidato a vereador (fora as atividades voluntárias na Prenat, com o Leia Diversidades e de criação de conteúdo aqui).

às vezes me sinto a própria grávida de Taubaté, levando esses 5 eus dentro de mim mesmo e me vendo como um impostor, porque obviamente não faço nada muito bem feito.

pra não endoidar de vez, atraso alguma entrega, a casa fica um bom tempo sem faxina, não entrego algum trabalho da faculdade, as redes sociais ficam paradas, mas…

mesmo deixando tarefas de lado, não cumprir uma responsa também cansa, porque existe a autocobrança.

é isso que gera a sobrecarga mental, que quem é mulher conhece muito melhor. ela é um sanguessuga de energia extremamente difícil de se desvencilhar.

aliás, falando em mulher e cansaço, tem uma ironia na minha história, que vou contar especialmente pra quem curte lances sobrenaturais:

quando minha mãe estava grávida, uma tia que é médium veio contar que a minha bisa apareceu em sonho dizendo que ia voltar no bebê da minha mãe, euzinho, e que ia fazer diferente da vida que tinha levado antes.

minha mãe conta que dona Luiza Avona era brava, exigente e inquieta, ia voltar como homem pra curtir e relaxar. OU SEJE,

essa minha busca por sossego é ancestral.

mas vou precisar de mais algumas vidas pra cumprir essa missão, provavelmente, porque nessa eu sei que falhei.

no entanto, sem desânimo.

está sendo de muita valia a experiência, plantando carma bom onde consigo e caminhando sem rancor.

agora já entendi que na próxima vida, se eu quiser paz, terei de vir é como gato de casal sem filhos.

(mais fácil isso do que aprender a impor limites pra mim e pros outros)

Imagem com fundo vermelho e a capa do livro Feliz Ano Velho no centro. Há uma sombra branca estilizada atrás do livro.

Hora de anunciar mais um Leia Diversidades!

O encontro de setembro será sobre “Feliz Ano Velho“, uma obra clássica da não-ficção brasileira que foi lançada em 1982.

Essa autobiografia conta a vida do autor antes e após o acidente que o deixou tetraplégico. Explora memórias de infância, carreira musical, amores e recuperação, além de abordar superação, vida de PcD e a ditadura militar no Brasil.

📍 Já deixe marcado na agenda: dia 29 de setembro, às 15h, vamos nos ver na Praça Ângelo Ferrari 🌈

Atualização pós-evento:

imagem com filtro azulado, meio cinza, é uma foto onde se vê uma janela no lado esquerdo, com um pátio arborizado, e dentro dá pra ver uma parte de maca, sugerindo a visão de alguém que está deitado olhando para fora

tenho buscado criar conteúdo ao menos uma vez por mês aqui e, agora que estou passando por recuperação pós-cirúrgica, muita coisa tem passado na minha cabeça de pai.

eu estou me sentindo acabado de dor, do corpo e da mente, foram duas cirurgias de uma vez, hemorroidectomia e fistulectomia, é uma dor que não é gritante, mas constante.

uma dor que me impede de fazer as coisas que mais gosto: cagar na paz passar horas jogando Fortnite no PC e praticar esportes (corrida, jiu-jitsu e capoeira).

com dor, é muito fácil embaçar a vista e odiar o mundo.

mas respirando fundo tem coisas que não é possível deixar de ver: sou muito grato pela minha família e pelo SUS.

pelo SUS, porque foi como consegui resolver em menos de 6 meses um problema que tenho desde o fim da infância (e só piorou).

pela minha família, porque obviamente eu não teria condição alguma como pai solo de dar conta de tudo e estar de repouso ao mesmo tempo.

e no meio dessa raiva causada pela dor e essa busca por enxergar coisas positivas ao meu redor é que saquei uma coisa:

meu filho se tornou parte da minha rede de apoio.

na minha jornada de pai solo tive muito tropeços, tropeços esses que alimentaram por muito tempo sentimentos de culpa.

(nada que minha terapia não tenha ajudado a corrigir rota ou que a terapia dele não o ajude a lidar)

mas uma das coisas que mais me orgulho é de ter criado um garoto amável e com razoável autonomia, que sempre me ajuda sem reclamar (embora poucas vezes faça algo sem eu pedir kkkkk).

nesses dias, que estou precisando descansar, estou aproveitando pra dar mais responsabilidades pro Migs. com as roupas, a louça, os gatos e até comida, que ele tem ido buscar pra mim na casa do meu irmão.

e é estranho que eu não precise ser o “cuidador” dele, que eu possa estar um pouco nesse papel de quem é cuidado.

não é que meu filho não precise mais ser cuidado, mas essa inversão temporária de “quem cuida de quem” tem sido uma experiência interessante.

uma luz dele que talvez não me iluminasse sem esse problema que estou vivendo, mas que deve brilhar mais daqui em diante.

quem me conhece de pertinho sabe que sou bom pra soltar piadas horrorosas, mas sou péssimo pra pedir ajuda, exceto quando a coisa está muito ruim, mas tô tentando deixar de ser besta.

minha mãe e padrasto têm auxiliado com mercado, a família do meu irmão com a comida e o meu filho com minha casa.

a dor até que tenta me atentar a cabeça, pintar o mundo de vazio, mas o coração tá cheinho de gratidão e me protege de mim mesmo.

 imagem com filtro azulado, meio cinza, onde se vê uma carta no centro. nesta carta está escrito "Morte" e tem um desenho de caixão ao ar livre, iluminado pelo sol, e com flores ao redor.

terminar namoro quando temos filhos é sempre tenso, seja um relacionamento de 10 anos ou de 2 meses.

de um lado, a força dos vínculos criados; do outro, o luto pelos futuros imaginados

acho que é um privilégio terminar namoro sem briga e ódio, mas e pra explicar pro filho que pessoas que se amam também se separam e, mais do que isso, às vezes se separam justamente por amar o outro?

é um sentimento que se junta ao amor próprio, afinal,

ao conhecer nossos próprios limites e as necessidades do outro, podemos interromper o sofrimento que prolonga uma relação desequilibrada.

o amor romântico nem sempre sobrevive a planos diferentes, outras visões de mundo, feridas que não puderam ser cicatrizadas, medos que são mais fortes que nós…

meu filho pareceu lidar melhor que eu e acho isso até normal, já que ele ainda não tem bagagem pra entender a dimensão das coisas (ou será que tô subestimando?).

por aqui, fizemos como sempre: nos abrimos numa conversa franca, sem forçar a barra.

e, por via das dúvidas, ele voltou com a terapia, até porque a adolescência está aí e muitas novas questões vão surgindo.

voltando a questão da separação.

um término sem guerras não vem sem traumas. 

afinal, perde-se quem acreditávamos ser uma companhia pra toda a vida, perde-se também amigos no processo, a família da outra pessoa e até um pouco de nós mesmos.

talvez “perder” nem seja a melhor palavra, pois nada se perde, tudo se transforma”.

e essa transformação não é totalmente ruim, embora dolorosa. no meu caso, a disforia sensível a rejeição, que é comum a pessoas com tdah, me jogou numa fase depressiva e trouxe crises de ansiedade.

um pouco de droga, um pouco de salada: combinei a cura com remédio, exercícios e fé.

volta e meia acendi uma vela pro meu marinheiro e pedi ajuda pra navegar na tempestade, sabendo que depois dela tem um cenário que pode ser ainda mais bonito.

principalmente se tirarmos aprendizados do machucado, deixando-o cicatrizar ao invés de ficar futucando ele com nossos “e se”.

é isso o que a carta do baralho cigano que ilustra o post ensina. a morte é uma nova chance de viver, um término é prenúncio de outro começo e às vezes perder alguém nos coloca no caminho de encontrar a nós mesmos.

aliás, fato curioso pra terminar o post: as duas vezes que perguntei pro meu baralho cigano sobre o futuro dos relacionamentos em que eu estava, nas duas saiu a Morte (as duas únicas vezes que saiu essa carta nas minhas tiragens), que eu otimisticamente interpretei errado 🤡 e foi assim que decidi nunca mais perguntar sobre meu futuro com as pessoas hahahahahahaha

Imagem com fundo vermelho e a capa do livro "Seminário dos Ratos" no centro. Há uma sombra branca estilizada atrás do livro.

Prepare-se para descer às profundezas da psique humana!

No próximo encontro do Leia Diversidades, vamos mergulhar em “Seminário dos Ratos”, livro de contos de Lygia Fagundes Telles. Nele, a renomada autora brasileira mescla realismo com elementos fantásticos, introspecção psicológica e uma crítica social aguda.

Lançado em 1977, em plena ditadura militar, é uma das obras mais importantes da Lygia e é composto por 13 contos que versam sobre a solidão, o amor, a loucura, a velhice, o poder, a morte, dentre outros temas universais.

Conheça essa obra fascinante, acompanhe nossas redes e junte-se a nós no dia 28 de julho, às 15h, na Praça Ângelo Ferrari, em Pedreira/SP.

Atualização pós-evento:

 

reparei há algum tempo o quanto minha vida virou de cabeça pra baixo desde que parei de escrever aqui.

meu blog nunca foi um lugar onde eu apenas compartilho meus pensamentos, mas principalmente onde eu os organizo. porque minha cabeça é uma bagunça e escrever é botar ela no lugar.

mas diminuir as postagens não foi uma escolha, foi uma reação, principalmente ao cenário político do país.

em 2018 bati meu recorde de posts publicados, mas logo no final do ano lembro como foi horrível ver tanta gente na blogosfera materna e paterna defender Bolsonaro. acabei entrando numa fase depressiva e bodeei de tudo.

de tempos em tempos, depois, consegui produzir um ou outro post, mas nada comparado a frequência de antes.

nunca recuperei do baque, mas também nunca desisti do blog.

enfim, acho que estou me desviando do foco e não vou culpar o TDAH, até porque acho que é saudade desse espaço. se não tenho escrito aqui, onde escrevo?

no começo de 2024, tendo passado pelo 2º término de relacionamento em menos de 1 ano, decidi que ia voltar a escrever, porque eu precisava tirar um monte de coisa da minha cabeça pra tentar me entender e recuperar esse meu lado que tanto me orgulho e que tava bagaçado.

por sorte, foi quando decidi começar a leitura do livro “O caminho do artista”, da Julia Cameron.

digo por sorte, porque embora eu nunca tenha me importado de falar da minha vida, as coisas que estavam em meu peito eram íntimas demais e, na melhor das hipóteses, publicar elas seria muito constrangedor.

voltando ao livro, nele a Julia Cameron traz uma dica maravilhosa: as páginas matinais!

é uma dica tão simples quanto começar o dia escrevendo livremente 3 páginas.

só isso.

o que vier à mente, sem julgar, até porque não é pra ninguém ver.

acaba sendo uma junção de escrita criativa, atividade terapêutica e meditação, que pra mim toma 45 minutos normalmente.

“As páginas matinais mapeiam o nosso interior. Sem elas, nossos sonhos podem permanecer como terra incognita.”

é importante fazer isso pela manhã, pois permite começar o dia mais leve. tipo o lance de esvaziar a xícara, do famoso conto zen.

e é legal fazer isso em papel ao invés de um doc do Google por ser um momento desconectado da web, pra gente conectar só conosco mesmo.

é nessas páginas matinais que despejo sem medo nem vergonha as frustrações profissionais, os nervosos de paternidade, os xororô do coração machucado, pensamentos de culpa, perguntas aleatórias de TDAH, e às vezes algo bonito e feliz também…

quase um Twitter, né?

mas ao invés de um ambiente tóxico, é curador; ao invés de um discurso manipulado para o outro, é um honesto para nós mesmos.

resumindo o post: tire um tempinho diário (semanal, se todo dia não for possível) para desconectar-se e escrever pra você mesmo no papel.

nós que somos pais e mães guardamos muita coisa pra gente, coisa que é melhor soltar do que surtar.

eu recomendo 🙂

Imagem com fundo vermelho e a capa do livro "Úrsula" no centro. Há uma sombra branca estilizada atrás do livro.

Animados para mais um Leia Diversidades? O tema do encontro de maio será o livro “Úrsula”, de Maria Firmina dos Reis.

Lançado em 1859, Úrsula , de Maria Firmina dos Reis, é um romance histórico mais do que necessário para entendermos a luta abolicionista no Brasil pelo olhar de uma escritora negra, que é também possivelmente a primeira mulher brasileira a publicar um romance em nosso país.

Você pode fazer o download do livro de Maria Firmina dos Reis aqui, pois a obra já se encontra em domínio público.

🗓️ Domingo, 26 de maio
🕒 15:00
📍 Praça Ângelo Ferrari, em Pedreira/SP

Atualização pós-evento:

Imagem com fundo vermelho e a capa do livro "Quarto Aberto" no centro. Há uma sombra branca estilizada atrás do livro.

No próximo encontro do Leia Diversidades, vamos discutir o livro “Quarto Aberto” de Tobias Carvalho, uma obra que captura o espírito contemporâneo da sociabilidade entre jovens gays.

Artur, um jovem drag queen, narra suas experiências em um relacionamento aberto com Caíque. Quando ressurge um antigo envolvimento, Eric, as dinâmicas dos relacionamentos mudam, desencadeando uma quadrilha drummondiana de desejos, amor, discussões e rivalidades.

Link para comprar com desconto na Amazon: https://amzn.to/4er4n0F

🗓️ Domingo, 31 de março
🕒 15:00
📍 Praça Ângelo Ferrari, em #PedreiraSP

Atualização pós-evento: