A minha Central Park
Mas por que cito o livro? Simples, tem um trecho dele que me tocou profundamente e acho que pode ser de grande ajuda ao meus leitores. É o seu conselho: construa sua própria Central Park 🙂
Central Park, pelas lentes de Chris Ford |
A teoria é a seguinte: quem vai a Nova Iorque pode pensar que o Central Park, um recanto verde da cidade, talvez o único relevante, devia dar lugar a outra coisa, pense quanto dinheiro e inovações poderiam surgir se colocassem uns prédios aqui e ali, uns centros comerciais e tal. Só que o lance não é esse: a cidade entraria em colapso se não houvesse esse espaço de sossego no meio da loucura que é a metrópole.
Precisamos desse tipo de espaço, físico e mental. Nossa cultura vive num surto de ansiedade que não suporta o sossego, queremos sempre preencher nosso descanso com alguma atividade “útil“, um curso, um freela ou hora extra, uma leitura técnica ou até mesmo coisas mais simples como checar o email profissional fora do expediente. A gente quer ser mais produtivo, ganhar mais dinheiro, ainda mais quando gostamos do que fazemos. Mas a real é que precisamos de uma área não-comercial em nossa Nova Iorque, a.k.a. mente.
Precisamos cultivar um lugar onde podemos ler uma ficção qualquer, desligar-se do smartphone, não ficar buscando novas ideias, não ter pressa, brincar com filho ou animal de estimação. Hoje mesmo eu estava no parque com o meu filhote, lendo um romance podólatra, smartphone com internet desligada, depois caminhando pelo bosque do lugar, com bambus na mão para matar zumbis caso aparecessem.
É tão fácil ser alguém melhor se dando a oportunidade de fazer algo assim uma vez por quinzena que seja 🙂
Mais que recomendo! E no fim das contas, não precisa nem ser um lugar fora de casa. Você pode desligar o computador, abrir a janela, fechar a porta e meditar numa simples cadeira por 10 minutos que seja.
É bem por aí Rafa…
Em meio a um quase colapso, percebi que mesmo que minha cabeça não queira, eu preciso "forçá-la a parar" de vez em quando.
A gente desaprende mesmo… Se acostuma a ser tão ativo que qualquer sombra de ócio nos desespera. Eu estou reaprendendo a parar. É delicioso. ^^
Não sou religioso, mas gosto de pensar que se até deus passou o sétimo dia inteirinho sem fazer nada , quem somos nós pra não relaxar? 😎
Super bacana sua ideia. Não é necessário ir tão longe para buscar a paz, ela está dentro de nós. abs
vejo lugares exteriores belos como facilitadores da paz. a gente consegue ficar em paz sem ter que buscar um lugar fora da gente, mas é mais difícil 🙂
Tenho amigos que me perguntam: "Nossa, você não vê minhas mensagens? Pensei que você ficasse o dia todo na internet!". Mal sabem eles. Acho super válido, e não consigo imaginar minha vida sem uma "pausa", sem certos luxos para bem-estar (tipo escolher um dia da semana e acordar a hora que quiser!) que faço questão, para que minha vida não vire uma loucura…
Adorei o texto e vou recomendar!
Um beijo,
Re
Talvez o mais difícil seja ficar sem internet, mesmo que por um curto período, a gente se acostuma a "relaxar" vendo coisas pela web ou joguinhos sociais, mas aí no fim das contas a gente nem se sente bem.
Nunca vi alguém voltar triste por ter passeado, desligado de tudo, mas são inúmeros os que "descansam" zappeando pela internet e voltam pro mundo sentindo que perderam tempo.
^^
Bjo
Mano, me considero um hippie urbano.
Acho que hoje, por questão de sobrevivência, temos que entrar nesta loucura cibernética, smartphonesca e todos os outros adjetivos possíveis, mas também por sobrevivência, precisamos do break. Meus fins de semana se resumem em deixar minha pequena experimentar a infância pura do jeito que tem que ser, e é aí que o hippie entra em ação. Pés no barro, buraco no chão e pendurados em árvore para capturar cigarras. O que é facebook mesmo?
Mas é assim que deveria ser, temos que silenciar a voz que diz que deveríamos estar produzindo, trabalhando, estudando, etc.