Que 2020 não nos deixe com saudades de 2019
eu imaginava que voltar a morar em Pedreira fosse ser mais fácil economicamente e mais difícil culturalmente. no fim das coisas, foi o contrário do que imaginei: saí de algumas dívidas, mas entrei em outras e, embora a cidade não costumasse ter grupos culturais e movimentos políticos, isso não impediu que eu me juntasse com amigos para fazer projetos dos quais me orgulho demais.
– me juntei a Comissão Barragem Não, que luta contra uma barragem de dano potencial alto que está sendo construída há 2 km do centro da cidade;
– ajudei a criar o Coletivo Rosa Branca, que vem promovendo atividades como sarau feminista, aulão aberto, cafés gratuitos na praça pra debater diversos assuntos (encher a barriga é tão importante quanto encher o coração de esperança) e também o #LeiaDiversidades, um círculo de cultura sobre obras diversas de autores e autoras maravilhosos que sou mediador.
– voltei a estudar Pedagogia, que havia parado por falta de grana, mas agora tô fazendo na Univesp, uma universidade estadual à distância (tive a melhor nota da cidade no vestibular, ainda nem acredito);
– ajudei a fundar o Diretório Municipal do PSOL em Pedreira e me tornei Secretário de Comunicação (provando que não odeio publicidade como volta e meia digo);
– criei um podcast sozinho, então tô aprendendo muitão sobre roteirização, gravação, edição e publicação. quem quiser ouvir é só buscar Pedreira à Esquerda no Spotify ou outros agregadores de podcast.
– virei tio!!! bem-vindo, Luquinha <3
– e agora vou dar mais um passo importante: vou mudar novamente de casa com o Migs, voltando a morar só eu, ele e o Chuck, nosso gato.
se por um lado fiz muitas coisas, também deixei outras de lado, infelizmente. aqui no blog, por exemplo, fiz 30 posts em 2017, 40 em 2018 e em 2019… foram apenas 4 publicações 🙁
no Youtube, foram só 2 vídeos, depois de em 2018 ter gravado 33.
também fiquei mais sedentário, saindo pouco de casa, entrei numa fase depressiva e, junto com terapia, comecei a tomar medicação para me ajudar com isso e também com meu TDAH, passei menos tempo do que gostaria brincando com meu filho, vi bem menos minha namorada, acho que não fui nenhuma vez em cinema ou exposição…
2019 não foi fácil. e acho que foi pra muitos poucos. se não são problemas pessoais, a todo o momento nos deparamos com notícias horríveis ou no Twitter ou na TV ou no Facebook ou no Whatsapp ou no Instagram ou de amigos ou de todas essas alternativas juntas.
esse foi um dos motivos pra eu me afastar um pouco das redes sociais e blogs, mas me aproximar das pessoas ao vivo, me envolvendo em projetos que resgatam laços comunitários, ocupando espaços públicos.
os algoritmos das redes sociais nos enfiam em bolhas tóxicas, por mais bem intencionadas que sejam as pessoas dentro delas.
desafios e aprendizados dão canseira pra caramba. não dá pra cuspir em 2019, o jeito é agradecer e seguir em frente. agradecer naquelas: fazendo figas pra este ano ser muito melhor.
já fez suas metas pra 2020?
as minhas são sobreviver a um ano de eleições, passar mais tempo com meu filho e com minha namorada, escrever um pouco mais que 2019 (mas não tanto quanto 2018) e voltar a praticar esportes, principalmente capoeira, porque tenho certeza que o futuro vai exigir muita ginga de mim 🙂
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