o privilégio de não saber cozinhar e o privilégio de estar sempre aprendendo

Jantar para meu filho - Rafael Noris
o meu filho me zoou quando eu disse que EU ia passar a fazer almoço e jantar em casa, agora que moramos sozinhos novamente.

Foto do meu filho jantando a comida que preparei: arroz a grega, purê de batata e salsicha no molho.

da outra vez, não precisei aprender: em Campinas ele ia numa escola integral do município e depois num serviço social. ele tinha café da manhã, almoço, lanchinho da tarde, café da tarde e jantar (às 17h, mas era jantar).

a noite, fazia algo só pra gente matar a fome, geralmente um pão ou macarrão. ou íamos comer um pastel da esquina. ou pedíamos sushi no iFood. eu, no meu almoço, pedia marmitex num mercadinho do bairro e já era. comentei disso no ano passado.

funcionou bem até mudar os esquemas do meu trabalho, quando virei MEI e perdi meu vale-almoço e vale-refeição (obrigado, Temer, PP e Bolsonaro, PSDB, DEM e cia. por aprovarem uma reforma trabalhista que permite terceirização de atividade-fim, deu super certo pro país #sqn).

pra piorar, meu pai havia morrido no ano anterior e já estava bem difícil não poder contar com alguém em momentos de desespero financeiro. fui pedindo empréstimo pra pagar empréstimo.

mas sem tempo para papo triste que a quaresma ainda nem chegou, estamos no Carnaval. resumindo: voltei pra Pedreira pra morar com família e, com a situação um pouco melhor, arranjei novamente uma casinha pra eu viver com meu filho e com o nosso gato Chuck.

mas a situação não melhorou o suficiente para viver de marmitex e, mais uma vez, lá vai eu aprender coisas novas e importantes por conta da necessidade.

acho que quando eu tinha uns 15 anos eu era melhor na cozinha do que eu era no início deste ano. não tenho vergonha de dizer que em janeiro eu não sabia fazer nada além de macarrão, arroz e ovo, porque eu sei que não aprendi porque não precisei, fez parte dos meus privilégios de homem branco classe média.

por outro lado, o bom de estudar Pedagogia é que entendemos que ninguém sabe tudo, aprendizado é um processo e estamos sempre aprendendo. e é a esta ideia que tenho me apegado para me desafiar na cozinha (e confesso que embora esteja uma correria do trampo, almoço e escola, é um dos momentos que mais curto no dia).

vou publicar abaixo as receitas que aprendi, pra mais tarde olhar e ver o quanto evolui.

– arroz branco
– arroz à grega
– feijão
– ovo frito
– ovo mexido
– batata frita
– batata rústica frita
– purê de batata
– frango frito
– frango à milanesa
– torresmo de berinjela
– macarrão com molho pronto
– macarrão com salsicha no molho
– saladas simples (com um vegetal)
– sobremesa de banana congelada com chocolate derretido
– sobremesa de suco de laranja com leite condensado congelados (vira um misto de sorvete/mousse)
– torrada com azeite e orégano

agora que já sabe o que aprendi, aproveite e me ajude: deixe nos comentários uma receita fácil e rápida pra eu tentar fazer!

10 respostas
  1. Erikinha
    Erikinha says:

    Lasanha, bife, carne moída em molho, peixe (assado ou frito) e talvez seja interessante ter sempre uma carninha, peixe ou pão de queijo congelado �� sempre arrasando priminho! Super orgulho de vc e do pai maravilhoso q se tornou! �� bjão pra vcs e saudades! ����������

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  2. Lia
    Lia says:

    Carne moída é disparado a carne mais fácil de fazer. De vaca ou de frango. Acho muito mais fácil do que fazer bife! Batata assada recheada também é um jantar rápido e fácil, ficam prontas em dez minutos no microondas e aí é só despejar todos os restinhos da geladeira dentro da batata quente.

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  3. Lia
    Lia says:

    Aproveitando: quem tem sobra de arroz faz um baião de dois bem do bom super fácil! Eu compro o feijão fradinho já cozido em caixinha, misturo com arroz, qq sobra de carne e queijo coalho e deu. Fica super gostoso e deixa sobra de arroz e sobra de carne com cara de novidade.

    Responder

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