Dividindo responsabilidade com filho pequeno
Chorando as pitangas na terapia, a minha psicóloga sugeriu: “Por que você não faz uma lista de tarefas, num lugar onde ele possa ver sempre e com tarefas de casa que o Miguel pode te ajudar?“
Na hora, pensei mil desculpas, porque reclamar e dar desculpas é viciante e fácil. “Ah, ele não respeita regras“, “ele vai fazer e parar em uma semana“, “ele tem preguiça de fazer o que mando“, etc. Mas guardei os pensamentos pra mim e disse pra ela: “Tá“.
Por sorte, já tínhamos um quadro branco aqui em casa, que ganhei da minha namorada e da minha sogra. Fomos comprar canetas coloridas e, quando chegamos em casa, conversamos:
– Miguel, o papai anda muito cansado, porque tenho feito tudo sozinho aqui em casa e isso não está me fazendo bem. Preciso da sua ajuda, tá bom?
– Tá.
– Vou fazer um quadro… com linhas e colunas…, falei enquanto desenhava. E aqui é a coluna da tarefa e essas outras é quem irá fazer, você ou eu. Você acha que consegue levar o lixo lá fora?
– Sim!
– Tá, você faz isso então. Agora minha tarefas, hmmmm… Lavar roupa!
E assim a conversa foi se desenrolando e o quadro sendo preenchido. Fomos criando cada linha uma tarefa dele e outra minha, para ele sentir que era uma divisão mesmo. Claro que as deles eram um pouco menos complexas, mas tão importante quanto, dando doses homeopáticas de responsabilidade e confiança, tipo:
Tirar o lixo ficou tarefa dele. Eu amarro tudo e deixo separado, mas é ele quem leva pra fora de casa sozinho, destranca o portão, vai pra rua, coloca no cesto e volta, trancando a casa de novo. As duas primeiras vezes fiquei olhando de longe, mas agora confio que ele fará tudo direitinho.
Outra coisa importante: as tarefas não são só de coisas dele, são de todos, pra mostrar que um ajuda o outro e a casa é nossa. Exemplo:
A tarefa de guardar sapatos é dele, mas ele não guarda apenas os próprios sapatos. Ele guarda os meus também, porque quando preparo a comida, lavo a roupa, etc, não faço só pra mim, mas pra ele também.
A divisão no final ficou assim:
Já se passou um mês e posso dizer que foi um sucesso, porque meu filho não deu praticamente nenhum trabalho para fazer o que está no quadro, pelo contrário, ele se sente útil e feliz em fazer. Vale reparar também que tentei desvincular as tarefas de recompensas, tipo de dinheiro, que já vi muitos fazerem. Primeiro porque sou bem fodido hahahahahaha, segundo porque as tarefas não são mais do que obrigações, o obrigado sincero e a sensação de dever cumprido já é recompensa o suficiente por aqui.
E por aí, há divisão de tarefas? Como é? Pretende fazer? Vamos trocar figurinhas nos comentários ^.^
Olá, achei muito interessante a ideia do quadro e pelo jeito foi um sucesso por aí, parabéns. Tenho uma filha de 7 anos e é uma luta fazer com que ela arrume um pouco da própria bagunça, estou precisando bastante dar mais mais responsabilidade pra ela. Abraços
Por aqui também era assim, quando pedia pra pôr uma meia no cesto ele se jogava na cama e dizia que estava cansado, enfim, enrolava. Mas agora com o quadro, meu filhote percebeu que é responsabilidade dele e percebeu o quanto eu faço por ele também. Geralmente, as coisas do quadro só peço uma vez e ele faz, no máximo dois pedidos. Foi quase um milagre! hahahahahahha
Abs
Perfeito! Tem que envolve-los desde cedo mesmo, entender que não tem mágica ne?
bjs
Lele
Exatamente! A mágica é que quando os dois se ajudam ninguém fica esgotado hahahahahhahaah
Bjs