Acabaram-se as aventuras Goonies?

Acabei de ler Os Goonies, livro criado a partir do filme dos anos 80 e, nossa, que aventura de volta a infância. E não é porque assisti o filme nessa época, porque sério, só fui assistir ele já pelos 20 anos, mas sim porque quando eu era criança, eu era de certa forma um Goony.

Cena do filme de 1985

Minha turminha do barulho pode nunca ter encontrado tesouros, mas a gente se metia em mil aventuras juntos pelo bairro onde morávamos, explorando pasto, nadando em córregos, pegando ovos dos vizinhos para incubar numa velha fazenda com lâmpadas, criando clubes de uma semana nas casas em construção que encontrávamos, tentando montar casas nas árvores, se reunindo a noite para brincar de pique-esconde ou contar histórias de terror (aí tocava correr pra chegar em casa sem ser capturado por OVNIs, chupacabras ou apenas sapos que faziam um som de “ôw” como se nos chamasse) e coisas do tipo.

Os pais da nossa turma nem se preocupavam, a gente ficava na rua e quando fosse hora de ir pra casa cada um tinha um sinal: minha mãe simplesmente gritava “Rafaeeeeeeeeeeeeeel” e eu ouvia onde quer que estivesse, pois eram gritos realmente altos. O pai de um outro amigo simplesmente assoviava. E assim vai.

Os pais dos Goonies do livro/filme não pareciam “proteger” muito os filhos do mundo, talvez só a mãe de Mikey, porque ele é um garoto asmático e, aparentemente, frágil (a gente descobre que ele não é, mas que parecia, parecia). Os Goonies iam para casa dos amigos, talvez sem nem dar muita satisfação aos adultos, e de lá partiam pela estrada de bicicleta, iam parar num restaurante com bandidos, se enfiavam em cavernas onde pessoas já tinham morrido e zás e zás.

Isso é arriscado pra caramba! Mas eles sobreviveram à aventura, e a gente também sobreviveu às nossas (pelo menos eu e meus amigos sim). Será que nossos filhos crescerão com oportunidades de se aventurar?

Não tenho certeza se isso é bom ou ruim. Eu estou tentando evitar ser um velho e falar “eles deviam estar em casa estudando, não se metendo em perigo” e também me esquivando da nostalgia do tipo “na minha época era mais divertido ser criança” (e eu acho que isso é uma baita verdade). Na época dos meus pais eu sei que não era tão mais divertido, trabalharam desde cedo…

Ler a aventura de Mikey, Bocão, Gordo, Brand e Dado me deu uma saudade danada dos anos 90…

Parece que vão fazer uma sequência do filme, aliás. É uma boa hora para apresentar a trama para nossos pequenos. Se o corpo não pode se meter numa dessas, com certeza a imaginação pode! Como o Miguel é muito pequeno para acompanhar comigo um
livro de 240 páginas, decidi reassistir com ele e uma coisa eu digo: o filme envelheceu
muito bem, eu gostei tanto quanto o Miguel, que ficou vidrado e fascinado pelo Sloth.

Eu ganhei o livro da Darkside Books, que é parceira do meu outro blog, o Coisas Horrorosas. O livro possui duas edições, uma em brochura e a outra com capa dura e pôster com o mapa do tesouro do Willy Caolho. Quem quiser adquirir alguma delas, peguei-as para vender na lojinha do blog e deixarei com 30% de desconto nessa semana: bit.ly/gooniesCH

E vocês, tinham uma turminha Goony?

4 respostas
  1. Ísis Rocha
    Ísis Rocha says:

    Ah os anos 90… <3

    Rafa, a Ju morre de medo do Sloth!!
    Detalhe, eu também morria! #D

    Tive a sorte de ver os Goonies (e outros clássicos como o Clube dos 5 ) ainda criança. E ó, era uma inspiração! hahaha
    A gente saía da Sessão da Tarde direto pra aprontar bairro afora e eu consigo perceber o sorriso "tenha medo" dela quando assiste essas aventuras também!

    Fico com dó de não imaginar estar em casa tranquila com ela #Aos7 saindo com os amigos á tarde e só voltar pra casa na hora do jantar.

    Nem sei bem se a violência aumentou esse tanto, mas somos tão bombardeados com notícias terríveis todos os dias que a sensação é quase a de estar "Dormindo com o Inimigo".

    Como deixá-los tão livres como éramos? =(

    Tô correndo atrás de bairros mais tranquilos ou um condomínio de casas antes que essa idade chegue. Quero minha princesa aventurando-se enquanto eu aprendo a linha que separa cuidado e paranóia.

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  2. Rafael Noris
    Rafael Noris says:

    Tem um monte de coisa pra se levar em conta, né, não só violência:
    – antes as ruas eram mais paradonas, dava pra jogar bola e taco por quase horas sem ter que parar pra deixar carro passar
    – antes a gente conhecia a vizinhança inteira praticamente, agora às vezes não sabemos nem o nome dos vizinhos (há um tempo, morei 3 anos num prédio e sabia apenas o nome de dois vizinhos)

    Acho que no fim das contas temos que ser mais protetores mesmo, com muito cuidado para não ser super-protetor 🙂

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  3. Léo Vargas
    Léo Vargas says:

    Nossa cara, você abriu um baú com enormes recordações, desde as inúmeras vezes assistindo ao filme nas tardes de domingo quanto as enormes aventuras de infância. Lembro que tínhamos uma gangue de bicicletas e sempre que achávamos um filhote de gato perdido o levávamos para a sede do nosso clube, que era a casa em construção de uma tia, com direito a escada improvisada para o segundo andar… Encerramos as atividades depois de matarmos alguns filhotes afogados. Na verdade foi a chuva que inundou o buraco onde eles ficavam guardados. Hahahaha pura nostalgia.

    A facilidade de andar pelo bairro todo brincando de pique esconde, as conversas na rua até o início da madrugada. É triste saber que nossos pequenos não vão ter boa parte destas experiências e mesmo estando certo disso, também acho que no futuro eles vão achar nossas aventuras as coisas mais sem graça do planeta. Enfim, cada tempo é um tempo…

    Mas eu moro na roça man! Ainda tenho alguns anos de vantagem em relação a cidade grande. Hehehehe

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