volta e meia me pego pensando: será que me meteria nisso se estivesse com a “terapia em dia”?
afinal, sempre almejei uma vida sossegada, mas sempre me enfiei em mais coisas do que dou conta. o título do post, inclusive, foi minha bio do falecido Twitter (tô no Bluesky) por muitos anos.
o pior (ou melhor, dependendo do ponto de vista) é que sempre dei um jeito.
eu sei o sabor que é se atolar de coisas e se matar pra desatolar, independente de como fica a mente do palhaço no final do processo. e é um sabor viciante.
hoje estou em jornada quíntupla: trabalhando sem carteira assinada, cuidando da casa sem empregada doméstica, criando um adolescente sem a mãe, terminando minha segunda graduação e saindo como candidato a vereador (fora as atividades voluntárias na Prenat, com o Leia Diversidades e de criação de conteúdo aqui).
às vezes me sinto a própria grávida de Taubaté, levando esses 5 eus dentro de mim mesmo e me vendo como um impostor, porque obviamente não faço nada muito bem feito.
pra não endoidar de vez, atraso alguma entrega, a casa fica um bom tempo sem faxina, não entrego algum trabalho da faculdade, as redes sociais ficam paradas, mas…
mesmo deixando tarefas de lado, não cumprir uma responsa também cansa, porque existe a autocobrança.
é isso que gera a sobrecarga mental, que quem é mulher conhece muito melhor. ela é um sanguessuga de energia extremamente difícil de se desvencilhar.
aliás, falando em mulher e cansaço, tem uma ironia na minha história, que vou contar especialmente pra quem curte lances sobrenaturais:
quando minha mãe estava grávida, uma tia que é médium veio contar que a minha bisa apareceu em sonho dizendo que ia voltar no bebê da minha mãe, euzinho, e que ia fazer diferente da vida que tinha levado antes.
minha mãe conta que dona Luiza Avona era brava, exigente e inquieta, ia voltar como homem pra curtir e relaxar. OU SEJE,
essa minha busca por sossego é ancestral.
mas vou precisar de mais algumas vidas pra cumprir essa missão, provavelmente, porque nessa eu sei que falhei.
no entanto, sem desânimo.
está sendo de muita valia a experiência, plantando carma bom onde consigo e caminhando sem rancor.
agora já entendi que na próxima vida, se eu quiser paz, terei de vir é como gato de casal sem filhos.
(mais fácil isso do que aprender a impor limites pra mim e pros outros)