“E os caras que foram vistos dançando foram chamados de doidões por aqueles que não escutavam a música.” Nietzsche

Campanha #MiguelNoDançaDosFamosos

Quarta-feira passada eu estive na Livraria Cultura no lançamento do livro A Equação da Afetividade, do Ivan e do Iuri Capelatto.

A palestra foi ótima, foram duas horas falando sobre educação infantil, limites, raiva, psicanálise, neurologia, angústia e afeto. Sala lotada, mesmo com a chuva.

O tema era a raiva de crianças e adolescentes, explorada sobre a ótica da psicanálise e da neurologia. De acordo com eles, quando uma criança se depara com os limites impostos pelos pais, é normal (e até desejável) que elas façam birra, grite ou chore, é sinal de saúde mental. Ela não está sendo mal-educada, mas reagindo ao medo de perder um prazer que ela estava usufruindo.

Às vezes a depressão infantil está ali onde a gente só vê uma criança obediente, “boazinha”.

Outra coisa que eles enfatizaram bastante foi a questão do desejo dos pais na hora de pôr um limite. Não se deve explicar na hora do limite o porque dele estar sendo colocado, e se o filho perguntar o porquê, a resposta deve ser um simples “porque não”, “porque eu não quero”. Na hora da imposição de um limite, a criança saber o motivo não ajudará em nada, aliás, a explicação pode até criar um desejo paradoxal (o medo produz aquilo que temos medo). O ideal é trabalhar essas noções em outros horários, através de histórias e fábulas.

Para mim, a coisa só ficou meio boring quando eles começaram a falar sobre a sociedade de hoje, de como ela está doente e com valores invertidos, coisa e tal. Achei conservador, mas.

Enfim, pra quem não foi, gravei um trecho, com o Capelatto-pai explicando A Equação da Afetividade. Confiram:

Ivan e Iuri Capelatto, pai e filho, ambos psicólogos, acabam de lançar um livro em conjunto chamado A Equação da Afetividade.

Iuri e Ivan em palestra realizada no Colégio Imaculada Conceição

No livro, eles tratam de uma de nossas dores de cabeça mais comuns: a birra de crianças. A raiva que a criança sente ao ser contrariada, seja por necessidade ou desejo dos pais, não é sinal de que ela é mal-criada, revoltada ou coisa do tipo: é uma reação natural. E mais, é sinal de saúde mental.

“Iuri – (…) Quando as amígdalas cerebrais recebem a informação do meio de que há algo que pode ocasionar perigo ou perda, elas são acionadas. É comum que daí decorra um comportamento de fuga, paralisação, mas geralmente a reação é de raiva. Por exemplo, no momento em que a mãe pede para o filho de dois anos interromper a brincadeira e ir dormir, isso vai gerar na criança o medo de perder aquele prazer que estava tendo. Quando ela sente esse medo, as amígdalas são acionadas. E, então, sua expressão será de raiva, porque a criança não sabe como lidar com esse medo.”

Em A Equação da Afetividade os Capelatto nos mostra como podemos ajudar nossos filhos a administrar esse sentimento, para que se tornem adultos emocionalmente saudáveis e afetivos.

Mais do que recomendar este livro pra todos os meus leitores que tem filhos, gostaria de divulgar o lançamento de A Equação da Afetividade em Campinas. Ele ocorrerá no dia 20 de junho, quarta-feira agora, às 19h no auditório da Livraria Cultura (fica lá no Shopping Iguatemi).

Ah, consegui um livro com a Editora Papirus para sortear entre meus leitores. Para participar é mega simples:

1) Curta nossa página no Facebook

2) Vá em nossa aba de Promoções e clique em Participar.

Aí é só cruzar os dedos, o resultado sai no dia 19 à noite. O ganhador terá a opção de retirar o prêmio lá no lançamento mesmo (e garantir que ele seja autografado pelos autores) ou eu mando depois por correio, caso a pessoa não seja da região ou não tenha conseguido ir.

Você quer assistir seu filme, mas o filho quer destruir a casa? Aprendi alguns truques nesse último ano, que funcionam comigo e espero que com vocês também. Confiram as dicas:

1) Prepare o ambiente

Espalhe os brinquedos favoritos do garoto pela sala, mas não os coloque juntos, deixe alguns escondidos se possível. Aí se no meio do filme ele ficar enjoado dos brinquedos, avise que tem alguns escondidos por aí, de preferência no sofá, almofada e tapete, por não oferecerem perigo e talz (estantes não são legais). Faça-o procurar e você ganhará pelo menos uns 20 minutos de sossego. Ah, e avise pro pessoal da casa pra não ficar entrando e saindo do ambiente, pois isso tira a atenção do que ele está fazendo e pode estragar tudo.

2) Pause o filme quando a coisa ficar preta

Não adianta, vai ter uma hora que você terá de pausar. Torça para que não seja no clímax do filme. Talvez o filho esteja enjoado dos brinquedos, querendo sua atenção, mexendo onde não deve a todo momento (ou por curiosidade ou pra chamar sua atenção), enfim: nessa hora, pause e vá brincar com ele, se jogue no chão, role, chute bola, monte blocos, rabisque caderno e coisas do tipo. Geralmente, não é necessário mais que 10 minutos pra acalmar a fera e voltar pro filme.

3) Estoure pipoca

Há pais que costumam fazer isso no início do filme, mas pra quem tem bebê ou crianças pequenas, é melhor deixar para quando estiver mais ou menos na metade do filme. A pipoca é a carta na manga pra acalmar pestinhas que não deixam você assistir filme (além de uma deliciosa porcariada). É igual quando você joga truco e pega um zap, você não irá usar ele na primeira rodada.

Enfim, esses são meus truques. Você tem outros? O que dá certo? O que você já tentou e deu errado? Conte aí nos comentários 🙂

Hoje eu saí tarde do trabalho, estava chovendo, peguei a estrada com minha moto e levei 1 hora para chegar em casa.

Detonado, mas com esperança do descanso do lar e o carinho do filho.

– Oooooi, neném, papai chegou!
– Papaizinhoooo!

Ai, ai, ia me derreter, abri os braços para um abraço, quase concretizado. Ele só chegou perto de mim e disse:

– Cadê Fefê? Cadê Umi? Sadadi!

Ó, vida, ó céus, nem ligou pra mim.

Minutos depois, quando eu já estava me esquecendo disso, deitado no sofá, assistindo Arquivo X e ele brincando. Eu o puxei pra mim, dei um beijão na boca e disse:

– Te amo, Miguel!
– Bigado!, foi o que ele retrucou.

Obrigado??!!

Tô valendo nada, viu…

:'(

A partir de hoje, uma vez por mês vou colocar aqui os melhores links que li na blogosfera paterna. Abaixo, os melhores de maio:

 1) Quem nunca deixou pra depois um pedido do filho, da esposa, dos pais? Em Fila do Amor, Carpinejar fala desta nossa mania feia:
http://carpinejar.blogspot.com.br/2012/05/fila-do-amor.html

2) A tristeza de pai e filha no Dia das Mães, enviada por Felipe ao blog Kid’anados, é risada garantida:
http://kidanados.blogspot.com.br/2012/05/dadanado.html

3) O AJ, Nerd Pai, escreveu um post muito bacana sobre como a gente deixa de ser a única fonte de sabedoria do filho, a frustração de não termos 100% de acesso nesse mundo que é só deles. Tá lá no blog:
http://nerdpai.com/escolinha-frustracao-e-a-dor-da-perda/


4) O post A importância das ervilhas, no blog do Fábio Ludwig, revisita as aulas de biologia para explicar um pouco a síndrome do seu filho. E a melhor parte, mostra porque não devemos ter pena da criança por sua deficiência, mas sim orgulho pelas suas conquistas:
http://www.flizam.com/2012/05/importancia-das-ervilhas.html

5) Prefiro ter um filho viado que um filho doente! Quem diz isso é o Eric Chaps, e eu assino embaixo. De maneira bem-humorada e sincera, parodiando o seu Lili, ele conta as dificuldades de lidar com um bebê doente:
http://superpai.com.br/2012/05/prefiro-ter-um-filho-viado-que-um-filho-doente/