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5 dicas para jogar RPG com seu filho pequeno

Tabuleiro do RPG Quest, RPG de mesa criado especialmente para introduzir crianças a esse tipo de jogo.

Você sabe o que é RPG? São jogos de criação de histórias, onde há um narrador e jogador(es) e ambos criam as histórias juntos, o narrador controlando as regras e apresentando personagens, cenários e situações, e o(s) jogador(es) interpretando os personagens que criaram.

Eu e o Miguel jogamos RPG de mesa há um tempo já. Embora em intervalos espaçados demais para o meu gosto, é sempre muito divertido e prazeroso, cada vez ele se mostra mais solto e dentro da história e por isso gostaria de compartilhar algumas dicas com quem pretende iniciar os seus pequenos nessa mistura de teatro, matemática e games:

1. Não se prenda a um sistema de regras. Até em RPG para adultos essa regra vem escrita: se a regra atrapalha o jogo, faça do seu jeito. O legal em mestrar para crianças é fazê-las usarem a imaginação para se divertir e pensar em planos para vencer. Não é preciso rolar dados para todas as ações, se der uma história boa, pode valer a pena dar uma colher de chá ;-) aqui jogamos usando o sistema do RPG Quest, que foi feito para crianças, mas há outros bem simples também, como o 3D&T (versão digital gratuita), Calisto (cujo manual de regras são apenas 4 páginas, versão digital e gratuita) e para quem manja de inglês, há o Hero Kids.

2. Crie um personagem para ser o mentor ou amigo da criança. Aventuras solo podem ser divertidas para quem já manja como jogar, mas para uma criança que está aprendendo, é sempre melhor ter um companheiro ou um grupo para dar suporte a ela, sugerindo ações, fazendo alívio cômico ou coisa do tipo.



3. Antes de mostrar, descreva o que ele vê. Os jogos de RPG para criança costumam ter ilustrações de monstros e personagens, muitas vezes até miniaturas. Mas não estrague a surpresa: descreva lentamente e com suspense os personagens. Por exemplo, não diga que ele viu um Bullywug, que é basicamente um homem-sapo. Antes da criatura aparecer, diga que ele ouve o som de um sapo coachando, mas que é mais forte e grave que o normal e o som vai se intensificando, até que ele vê diante de si uma criatura amarela esverdeada como uma caca de nariz, do tamanho de um homem, com pés e mãos com os dedos colados como de um sapo. Inclusive, sua cabeça é de sapo, com olhos esbugalhados e raivosos e uma boca que poderia comer numa bocada só um pote grande de sorvete.

4. Histórias simples e personagens simples. A criança pequena não conseguirá participar de uma história complexa com personagens em escalas de cinza, para mestrar pros pequeninos vale a pena assistir menos Game of Thrones e mais Ursinhos Gummi hahahahahha. Em suas histórias, faça o bom como bom e o mau como mau, onde o bom nunca faz coisas más e os maus só fazem coisas boas se estiverem tentando enganar. Essa polarização para criança é muito importante, já que ainda estão desenvolvendo o caráter e noções de valores. Isso não significa que precisam ser mantidos estereótipos do tipo a bruxa é má e a princesa é boa, fazer combinações diferentes pode ser super legal, como um goblin assustador mas amigo, um dragão bom mas medroso, etc.

5. Histórias para divertir ou ensinar? Ambas! RPG é diversão, é suspense, é planejamento, e é educativo também. Ao pensar nas histórias que irá contar, pense em maneiras de adicionar pitadas educativas no cenário, desafios ou personagens, como quebra-cabeças de matemática, ciências, trava-línguas. Só não exagere para não matar os jogadores de tédio ou cansaço, a ideia é passar boas horas juntos, e mesmo que não coloque desafios educativos diretamente, o próprio fato de lutar, interpretar e evoluir os personagens no jogo já tem sua parcela pedagógica.

Tem mais alguma dica, dúvidas ou quer trocar figurinhas? Vamos conversar nos comentários!